sábado, 25 de abril de 2009

Greenpeace posiciona empresas de tecnologia em ranking "verde"

O Greenpeace rebaixou a Dell, a HP e a Lenovo em sua medição anual de empresas de tecnologia comprometidas com a preservação ambiental, depois das três fabricantes de computadores voltarem atrás nas suas promessas de eliminar, por fases, as substâncias químicas tóxicas durante a produção de 2009. O chamado "Guia para Eletrônicos Verdes" foi divulgado na quinta-feira (2).

Anteriormente, as companhias se comprometeram eliminar o vinil plástico (PVC) e os retardadores de chama baseados em bromato (BFRs) dos seus produtos até o final de 2008.

Entretanto, segundo o site da revista PC World, as três afirmaram que foi impossível chegar à meta. A Lenovo estendeu seu prazo para 2010, enquanto HP e Dell ainda não o revelaram.

O Greenpeace disse que a Apple foi a única, dentre todas as cinco fabricantes de computadores, que iniciou a redução de substâncias químicas tóxicas. "Se a Apple pôde encontrar uma solução, não há razão para que as outras não possam", afirmou Casey Harell, do Greenpeace, ao site CNet.

No guia, o Greenpeace também revelou que a Philips teve considerável redução no desperdício tecnológico, fazendo com que a companhia ocupasse o 4º lugar das companhias mais compromissadas com o ambiente - sua posição, no ano passado, era 15º.

As "lanterninhas" do ranking são a Nintendo - que, há anos, mantém avaliação próxima do zero - e a Microsoft. (Fonte: Folha Online)

Arquiteto espanhol apresenta casa ecológica com teto-jardim

Um arquiteto da Espanha apresenta nesta semana em uma feira no país o projeto de uma casa ecológica de 200 m2, desmontável, transportável e com um teto-jardim onde o dono pode passear e cultivar plantas para o consumo doméstico.

A casa, chamada de Green Box, tem consumo de energia zero e não gera resíduos durante a construção, de acordo com arquiteto Luis de Garrido, que revelou o projeto na Feira Internacional de Construção de Barcelona.

A estrutura da casa é constituída por painéis de concreto armado, placas de madeira e cimento e painéis metálicos. A base e as paredes são montadas como um quebra-cabeças - os módulos pré-fabricados se encaixam por pressão e com parafusos.

"Desta forma, a Green Box pode ser modificada a qualquer momento. E o mais importante é que não há necessidade de obras. Não gera resíduos e suas peças podem ser consertadas ou substituídas. Por isso tem um ciclo de duração infinito", disse Garrido.Teto-jardim

A casa, que pode ser construída em 15 dias, tem outros componentes que minimizam o impacto ambiental da construção, como uma câmara de ar subterrânea que permite o controle da temperatura de forma automática, aproveitando a energia geotérmica e solar.

"Precisamos de uma arquitetura que satisfaça nossas necessidades atuais, sem comprometer a dos nossos descendentes. Não é só uma questão de consumir menos, mas de controlar o que se consome. O setor da construção normalmente é um campeão de desperdícios", disse o arquiteto.

Garrido considera "um modismo com interesses comerciais" a maioria dos produtos que prometem economizar energia ou levam etiquetas ecológicas sem bases científicas ou controles efetivos.

"Aparentemente todo mundo está sensibilizado com o aquecimento global. Mas quase ninguém pergunta a um fabricante de onde saiu o que ele consome. Se a madeira veio de uma árvore protegida da Amazônia, por exemplo."

Organizações ambientais denunciam que muitas das chamadas casas ecológicas usam materiais que causam impacto ambiental e madeira cuja origem nem sempre é legal.

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Florestas correm risco de parar de 'filtrar' carbono, diz estudo

O papel das florestas de atuar como filtros gigantes de carbono está sob o risco de "ser totalmente perdido", segundo um relatório compilado por alguns dos maiores cientistas florestais do mundo.

O documento compilado por 35 profissionais da União Internacional das Organizações de Pesquisas Florestais (IUFRO, na sigla em inglês) afirma que as florestas estão sob um crescente estresse como resultado das mudanças climáticas.

Ainda segundo o relatório, as florestas podem começar a liberar uma enorme quantidade de carbono na atmosfera se as temperaturas do planeta subirem 2,5 C acima dos chamados níveis pré-industriais.

As descobertas serão apresentadas no Fórum da ONU sobre Florestas, que começa nesta segunda-feira, em Nova York, e estão sendo descritas como sendo a primeira avaliação mundial da capacidade das florestas se adaptarem às mudanças climáticas.

Seca e pobreza

"Normalmente, pensamos nas florestas como 'freios' do aquecimento global", disse à BBC Risto Seppala, do Instituto de Pesquisa Florestal da Finlândia e presidente do painel de especialistas.

"Mas nas próximas décadas, os danos provocados pelas mudanças climáticas podem fazer com que as florestas comecem a liberar uma enorme quantidade de carbono, criando uma situação em que elas contribuirão mais para o aceleramento do aquecimento do que ajudarão a reduzi-lo."

Os cientistas esperam que o relatório ajude a informar os profissionais envolvidos nas negociações sobre as políticas ambientais.

O documento destaca ainda outros fatos novos, como a projeção de que as secas devem se tornar mais intensas e frequentes nas florestas subtropicais e temperadas do sul, e de que as plantações comerciais de madeira podem se tornar inviáveis em algumas áreas.

O relatório diz também que as mudanças climáticas podem "aprofundar a pobreza, deteriorar a saúde pública e aumentar os conflitos sociais" entre as comunidades da África que dependem das florestas.

Andreas Fischlin, do Instituto Federakl Suíço de Tecnologia, e co-autor do estudo, ressalta, no entanto, que mesmo que se implemente todas as medidas necessárias, as mudanças climáticas podem ainda neste século exceder a capacidade adaptativa de muitas florestas".

"A única maneira de assegurar que as florestas não sofram danos sem precedentes é conseguir fazer uma enorme redução nas emissões dos gases de efeito estufa", concluiu.

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Por Anelise Infante, http://www.bbc.co.uk/portuguese, Última atualização: 20/4/2009 14:47

Desastres naturais afetarão 375 mi por ano em 2015, diz Oxfam

O número de pessoas afetadas por desastres naturais deve aumentar em mais de 50% até 2015 e atingir a média de 375 milhões de pessoas por ano, segundo a organização não-governamental britânica Oxfam.

Os dados fazem parte do relatório Direito a sobreviver, divulgado nesta terça-feira. A Oxfam, que combate a pobreza, usou dados do centro de pesquisa belga CRED, que há trinta anos coleta estatísticas sobre o impacto de catástrofes naturais no mundo, como secas e enchentes.

Os números do CRED mostram que, entre 1998 e 2007, cerca de 243 milhões de pessoas por ano foram afetadas por catástrofes naturais. Os dados indicam um progressivo aumento na incidência desse tipo de problema.

Segundo a Oxfam, a média anual de 375 milhões de pessoas atingidas por desastres naturais até 2015 foi obtida com base em projeções do aumento da população e da incidência de catástrofes naturais entre 1998 e 2007.

Apoio humanitário

O relatório da Oxfam afirma que se as projeções estatísticas se confirmarem os sistemas de apoio humanitário não terão condições de atender a todos.

A Oxfam alerta que as agências humanitárias podem ficar sobrecarregadas pelo excesso de vítimas de inundações, tempestades e secas.

O diretor da Oxfam, Rob Bailey, disse à BBC que as agências humanitárias não precisam apenas de mais dinheiro, mas que é preciso melhorar a forma como este dinheiro é gasto. O grupo pede que os recursos sejam gastos de forma imparcial, e não de acordo com interesses políticos.

"Nós precisamos nos certificar de que este dinheiro é gasto de melhores formas", disse.

"No momento, as pessoas pobres no mundo em desenvolvimento que enfrentam desastres naturais estão quase que participando de uma loteria em escala global."

Segundo Bailey, há uma grande disparidade na forma que o dinheiro chega às agências humanitárias. Ele disse que foram gastos em média US$ 1,2 mil por vítima do tsunami de 2004 na Ásia. No entanto, o gasto por pessoa com as vítimas da recente crise humanitária no Chade foi de apenas US$ 23, em média.

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Por Mark Kinver, http://www.bbc.co.uk/portuguese, Última atualização: 18/4/2009 15:59